Orlando Ferreira Barros nasceu em Leiria, numa altura em que os aliados punham o pé nas praias da Bretanha. Saiu do sossego uterino e ainda sem ver, convidaram-no a olhar o piscar das estrelas no céu negro. Percorreu terras, gentes e muitos livros, vergado ao peso saboroso da leitura e dos livros.
Ganhou por duas vezes o Prémio Literário Manuel Teixeira Gomes, entre outros. Faz uso da memória, não para copiar ou recordar mas para poder inventar.
“As memórias procriam” afirmou Agustina Bessa-Luis. Tudo o que aprendeu na faculdade e no doutoramento passou para um segundo plano, libertando-se de um saber académico inócuo. Vive no sossego monástico nas margens do rio Lima, esperando que se cumpra a buena dicha proferida por uma cigana em Salamanca. “Viverás por muchos anos. Mira, cariño, nunca és tarde si la dicha és buena.”